A equipe da Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seadru), responsável pelas visitas às 30 famílias previamente escolhidas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), concluiu o trabalho de vistoria de plantio e colheita na zona rural de Mossoró no intuito de verificar, in loco, se de fato houve ou não perda por parte da agricultura familiar. A atividade iniciou no final do mês passado e foi concluída nesta semana, passando por diversas comunidades rurais das quatro regiões do município.

A equipe passou pelas comunidades de Sítio Santana, Passagem do Rio, São José I, Santa Rita de Cássia, Solidão, Fazenda Nova, Recanto da Esperança, Bom Destino, Senegal, Florânia, Serra Mossoró, Riachinho, Nova Esperança, Sítio Coqueiro, Pau Branco, Oziel Alves, Agrovila Paulo Freire, Agrovila Pomar, Jurema, Hipólito, Quixaba, Curral de Baixo e Assentamento Paulo Freire.

Diretor do Departamento de Desenvolvimento Rural da Seadru e responsável pelas visitas, Cleiton Dantas fez balanço das visitas ocorridas neste período e o que constatou nas lavouras dos pequenos agricultores familiares.

“Constatamos um percentual bem significativo na perda da lavoura dos nossos agricultores do município de Mossoró. Dos agricultores que visitamos e conseguimos efetuar o laudo constatamos que foi uma perda de aproximadamente 95% do que foi plantado no período chuvoso. Teve agricultor que plantou e não conseguiu colher nada e outros um volume insignificante perto do esperado que estavam aguardando colher nesta safra”.

 Após essas visitas, a Secretaria de Agricultura enviará esses resultados para o Ministério do Desenvolvimento Agrário. “Vamos aguardar o MDA fazer a análise do que colocamos no relatório para posteriormente liberar esses recursos”, acrescentou.

 CHUVAS

 As chuvas registradas no segundo trimestre em Mossoró ficaram abaixo do esperado para 2025, após o município registrar um primeiro trimestre com precipitações acima do esperado para o período, conforme a média histórica dos últimos 20 anos. É o que aponta o relatório pluviométrico divulgado pela Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seadru).

Conforme levantamento, o volume esperado para os meses de abril, maio e junho eram de 321,9 milímetros. No entanto, o segundo trimestre registrou somente 183,4 mm. O desvio negativo no período foi de 138,5 milímetros, o que correspondeu a 43% abaixo do volume esperado para o trimestre.

Junho teve o segundo menor acumulado de chuvas, com 42,6 milímetros. Já maio ficou com o acumulado mais baixo no período chuvoso (31,2 mm), enquanto abril somou 82,2 milímetros. Alciomar Lopes, responsável pelo relatório pluviométrico, explica o que ocorreu para um acumulado tão baixo de chuvas no segundo trimestre. 

“Nesse período chuvoso aconteceram duas situações bem diferentes. No primeiro trimestre, com a influência do fenômeno La Niña, proporcionou um posicionamento da Zona de Convergência Inter Tropical, a chamada ZCIT, favorável às chuvas na região. Já o trimestre abril, maio e junho foi bastante diferente com o afastamento da La Niña e o dipolo, como segunda opção para manter as chuvas na região não favoreceu e bloqueando a atmosfera e nessas situações as chuvas passaram a ser bem menores do que no primeiro trimestre”, destacou Lopes.

O volume esperado para o mês de abril era de 182,8 milímetros. Já em maio espera-se volume de 98,7 mm, enquanto em junho o volume esperado de chuvas no município era de 40,4 milímetros. Ainda segundo o levantamento, Mossoró teve 46 dias de chuvas nos três primeiros meses do ano, com três veranicos no período.

 PRIMEIRO TRIMESTRE

Se os meses de abril, maio e junho ficaram com chuvas abaixo do esperado, os três primeiros meses de 2025 as precipitações ficaram acima do volume esperado para o período. O acumulado de janeiro, fevereiro e março ficou em 532,2 milímetros. O esperado para o primeiro trimestre do ano era de 343,6 milímetros.

Os três primeiros meses de 2025 conseguiram acumulados acima de 100 milímetros. Março foi o mês mais chuvoso no município, atingindo 266, 4 milímetros. Janeiro vem na sequência, com 152,2 milímetros e fevereiro acumulou 113,6 mm.

Para março, a média histórica apontava para 179,6 milímetros de chuva. Já o volume esperado para janeiro era de 69,2 mm e de fevereiro de 94,8 milímetros, conforme a média histórica. O total de veranicos foi o dobro do registrado no primeiro semestre. Foram sete no segundo trimestre.

 PERÍODO CHUVOSO

Mesmo com trimestres tão diferentes no tocante ao acumulado de chuvas, o período chuvoso em Mossoró ultrapassou a média histórica dos 20 anos, confirmando as previsões iniciais da Secretaria de Agricultura feitas no final do ano passado, que indicava precipitações acima da média para o período.

O período chuvoso, que vai de 1º de janeiro a 30 de junho na nossa região, teve acumulado de 725,9 milímetros. O esperado para o primeiro semestre do ano era de 665,5 mm. Desvio positivo foi de 60,4 milímetros, o que corresponde a 9% acima da média dos últimos 20 anos.

Os números se referem à zona urbana de Mossoró e extraídos dos pluviômetros instalados em pontos distintos da cidade (automático e manual).

RELATÓRIO PLUVIOMÉTRICO DO 1º TRIMESTRE NA ZONA URBANA EM MOSSORÓ

JANEIRO

Volume acumulado: 155,1 mm

Volume esperado: 69,2 mm

FEVEREIRO

Volume acumulado: 123,5 mm

Volume esperado: 94,6 mm

MARÇO

Volume acumulado: 263,9 mm

Volume esperado: 179,6 mm

TOTAL

Volume acumulado: 542,5 mm

Volume esperado: 343,6 mm

Desvio positivo: 198,9 mm (corresponde a 57,9% acima do esperado)

RELATÓRIO PLUVIOMÉTRICO DO 2º TRIMESTRE NA ZONA URBANA EM MOSSORÓ

ABRIL

Volume acumulado: 108,8 mm

Volume esperado: 182,8 mm

MAIO

Volume acumulado: 32,0 mm

Volume esperado: 98,7 mm

JUNHO

Volume acumulado: 42,6 mm

Volume esperado: 40,4 mm

TOTAL

Volume acumulado: 183,4 mm

Volume esperado: 321,9 mm

Desvio negativo: 138,5 mm (corresponde a 435 abaixo do volume esperado)

RELATÓRIO PLUVIOMÉTRICO REFERENTE AO PERÍODO CHUVOSO (janeiro a junho) NA ZONA URBANA EM MOSSORÓ

Volume acumulado: 725,9 mm

Volume esperado: 665,5 mm

Desvio positivo: 60,4 mm (corresponde a 9% acima do volume esperado)

FONTE: SEADRU/EMPARN

RESP.  ALCIOMAR LOPES DE ARAÚJO