quarta-feira - 20/09/2023

Diversidade de temas marca projetos apresentados na VI Fecirme

Por: Maricelio Almeida

A VI Feira de Ciências da Rede Municipal de Ensino de Mossoró (FECIRME), aberta na manhã desta quarta-feira (20), é marcada por uma diversidade de temas explorados pelos mais de 700 alunos que participam do evento no pavilhão instalado na Estação das Artes Elizeu Ventania. Sustentabilidade, tecnologia, inclusão, educação, entre outros, fazem parte dos assuntos presentes nos projetos e mostras desenvolvidos pelos estudantes do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental.

O aluno Pedro Lucas, por exemplo, apresentou um protótipo de carregador eólico caseiro para celular. A participação na Fecirme foi um desafio superado para o estudante, que está dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Meu projeto é um protótipo de carregar eólico para celular. Usamos um carregador veicular, um motor de 12w e uma hélice, ligando o carregador ao motor, descobrindo como o vento se transforma em energia”, pontuou.

A mãe de Pedro fez questão de acompanhar o filho na feira. “Foi muito gratificante, como mãe, porque meu filho é autista. Então é uma vitória muito grande dele vir apresentar o trabalho aqui nessa estrutura, com muita gente. É um momento de superação, em que ele passou o conhecimento para outras pessoas. Está na hora também das pessoas saberem que o lugar de autista é em todos os lugares, é onde eles conseguirem chegar, de verem e entenderem que pessoas com deficiência conseguem aprender, que conseguem realizar as coisas”, destacou.

O projeto de Pedro foi acompanhado por José Carlos, que é auxiliar de sala na Escola Municipal Heloísa Leão. “Foi uma benção, um aprendizado constante. Pedro Lucas é apaixonado por energia eólica, ele sempre falou disso, então a gente não poderia trabalhar com outra coisa. Ele sabe bastante sobre o assunto, emprega os termos técnicos e não teve dificuldade na parte de conhecimento. No final, deu tudo certo”, frisou o auxiliar.

Na seara da inclusão, há projetos sendo apresentados com abordagens como a criação de um livro para crianças com deficiência visual; criação de um site para auxiliar no dia a dia de pessoas com autismo; elaboração de um sistema de sinalização semafórica acessível à pessoa com deficiência auditiva e visual; produção de uma bengala inteligente e jogos inclusivos, entre outros muitos.

Mariana Castro

Mariana Castro, aluna da Escola Municipal José Benjamim, decidiu construir seu projeto tendo como base a importância da própria feira de ciências para os estudantes da Rede Municipal. “Os benefícios são os conhecimentos que eles vão levar para a vida e também a questão que eles querem buscar mais conhecimentos. A partir do momento que eles escolherem fazer um projeto, vão correr atrás de mais estudos. O auxílio da escola está sendo muito importante para nós”, relatou.

A criatividade dos alunos também se evidencia em projetos como o do grupo formado pelos estudantes Lucas Bernardo, Ana Lívia e Iasmin Fernandes, da Escola Municipal Maurício Fernandes da Silva. Eles desenvolveram uma trava magnética para panelas, buscando oferecer mais segurança para as famílias na cozinha, evitando acidentes domésticos. “Foi incrível. A gente não desistiu e pensou sempre à frente. Em cada projeto a gente vai querendo melhorar mais”, disse Ana Lívia.

“Estávamos nervosos quando chegamos, mas começamos a receber comentários positivos e ficamos cada vez mais relaxados e a apresentação ficou mais fluída. A experiência está sendo incrível”, relatou Iasmin. “A gente pesquisou se existia uma trava para prender panelas de aço inoxidável, que é um elemento necessário para a segurança, seguimos esse pensamento, fizemos pesquisas sobre travas em geral, sobre eletromagnetismo e estamos com o nosso projeto aqui”, acrescentou Lucas.

Alunos apresentam projeto sobre "Bobina Tesla"

Leandro Henrique, Matheus Felipe e Eleutério Lopes, da Escola Municipal Prof. Antônio Fagundes, destacaram em seu projeto a eletrificação a partir da “Bobina Tesla”, dispositivo que gera energia por meio da indução eletromagnética. “Foi uma experiência inovadora. Eu sempre gostei do projeto da ‘Bobina Tesla’, assim que eu soube que a minha escola ia participar da feira, eu me animei a fazer esse projeto, que é 100% seguro, porque trabalha com energia magnética”, comentou Leandro.

“A Fecirme é realmente muito importante, porque estimula o aluno a pesquisar sobre coisas inovadoras, como, por exemplo, a ‘Bobina Tesla’, que eu não sabia o que era, e agora sei que pode ser útil. A gente foi pesquisando, descobrindo mais e mais coisas sobre energia eletromagnética, energia mecânica, então isso ajuda bastante no nosso aprendizado escolar”, complementou Matheus Felipe. 

A VI Fecirme segue até esta quinta-feira (21), com mais de 180 projetos e mostras em exposição no pavilhão exclusivamente montado para o evento na Estação das Artes, oferecendo conforto e bem-estar a todos os participantes. As visitas podem ser feitas das 8h às 17h. “É um evento grandioso, um investimento significativo e um momento em que as crianças do Ensino Fundamental começam a desenvolver o letramento científico, o conhecimento científico, a argumentação, a oralidade”, finalizou Stênio Lúcio, gerente de Avaliação, Planejamento, Inovação e Tecnologia da Secretaria Municipal de Educação (SME).

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