Integrantes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), órgão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), participaram de 1º Encontro Estadual de Vigilância em Saúde e apresentaram o trabalho desenvolvido em doze comunidades rurais de Mossoró que bloqueou o vírus da raiva nas localidades dos polos Alagoinha e Maísa, próximas ao Parque Nacional de Furna Feia. O encontro foi realizado em Natal.

As ações realizadas nestes dois polos evitaram a proliferação de casos em animais e potenciais infecções em humanos. A medida trouxe estabilidade epidemiológica para esse vírus até a atualidade. De acordo com o médico veterinário do CCZ, Genycleiton de Góis, a iniciativa realizada nas comunidades de Alagoinha, Coqueiro, Montana, Senegal, Real, Bom Destino, Oiticica, Arisco, Recanto da Esperança, Lajedo, Moinho Velho e Florânia foi realizada em duas formas.

“O nosso trabalho nessa região foi feito em duas formas: o primeiro foi estabelecido um protocolo de vacinação conforme manual da Funasa, onde foram constatados e confirmados casos de raiva e depois houve a revacinação desses animais nas comunidades em torno do Parque Nacional da Furna Feia”, disse.

O veterinário salienta que foi de extrema importância o CCZ apresentar esse estudo e mostrar a eficácia do trabalho realizado na zona rural para o bloqueio do vírus.

“Tivemos resultados positivos levando em conta que os casos praticamente pararam até o momento. Os materiais biológicos foram coletados e foram negativos para a raiva, ou seja, houve realmente um efeito positivo nesses procedimentos que nós tomamos por parte da Secretaria de Saúde em parceria com a Agricultura na parte dos animais de produção”, informou.

Genycleiton destaca que a medida foi extremamente positiva. Foram vacinados nestas comunidades 1.065 animais. “Vacinamos mais de mil animais neste trabalho. Surgiram casos suspeitos de alguns equinos e bovinos, mas todos eles deram negativos para a raiva animal”.

O CCZ informou que as pessoas expostas ao vírus aderiram ao protocolo antirrábico humano, sendo observado um maior envolvimento das pessoas nas diversas ações realizadas. Até os dias atuais, não houve nenhuma identificação de caso confirmado na região.

“A Secretaria Municipal de Saúde mostrou agilidade e competência em deslocar seus profissionais diretamente para as comunidades rurais e desenvolver as ações de bloqueio do vírus nessa região. Esse bloqueio foi eficaz, tendo em conta que o surto foi minimizado. Não tivemos nenhum munícipe (morador) contaminado com o vírus da raiva. Simultâneo as nossas atividades no Centro de Controle de Zoonoses também estava havendo um trabalho de conscientização por parte da Secretaria Municipal de Agricultura, no qual os agentes dessa secretaria estavam promovendo uma sensibilização junto aos produtores rurais para que pudessem vacinar seus animais de produção, tendo em conta que animais de produção como bovinos, equinos, suínos, caprinos e ovinos não fazem parte de uma campanha nacional como ocorre com cães e gatos”, destacou.

O Centro de Controle de Zoonoses explica que o surto na região se deu com infecção de animais de produção (equinos e bovinos) e animais domésticos (cães), o que exigiu uma ampla cooperação entre os órgãos públicos na execução de ações efetivas frente a essa situação epidemiológica com o vírus rábico.

Em sua conclusão, o órgão recomenda que deve haver um controle quirópteros na região, trabalho continuado junto às populações locais, melhoria nas políticas públicas quanto à imunização dos animais domésticos e melhoria na integração dos órgãos públicos responsáveis pelo combate à raiva.