A Secretaria Municipal de Agricultura vai formalizar uma parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na realização de uma consultoria técnica que tem como objetivo auxiliar os fruticultores mossoroenses na comercialização de seus produtos.

O secretário da pasta, Faviano Moreira, esteve presente no encontro com os produtores na manhã desta quinta-feira (18) e elencou os principais problemas que os agricultores têm na venda de seu produto, como: conseguir ter aumento de preço e rentabilidade maior do negócio. Os problemas são o atravessadores, o escoamento da produção e a necessidade de apoio técnico.

“O atravessador acaba diminuindo esse preço da venda. O escoamento da produção tem a ver com a condição das estradas vicinais, com o período de chuvas é um problema para a comercialização desses produtos e a necessidade do apoio técnico. Nós vamos atuar diretamente na parte de assistência técnica e nossa equipe de agrônomos, juntamente com a parceria que vamos formalizar com o Sebrae com consultoria técnica, vamos atuar. Já estamos em contato com a secretaria de Infraestrutura para minimizar essa questão das estradas para melhorar a questão do acesso e a questão da comercialização é o passo que estamos iniciando agora com a tentativa de organização desses produtores, para que a gente tenha um escoamento com preço melhor”, enumerou Faviano.

Os agricultores Josimar Torquato e José Wellington relataram a dificuldade de comercializarem seus produtos por conta dos atravessadores. Segundo eles, essa figura é um dos maiores problemas para os produtores, haja vista que o lucro dessa classe chega a dobrar em relação ao preço praticado pelo produtor.

“Hoje a gente sabe produzir, mas não sabe vender. O nosso maior problema é o atravessador que come aquela parte que era para ser o nosso lucro. Hoje a gente trabalha sem saber se vai vender a mercadoria. No meu caso eu já perdi mercadoria no campo e em muitas das vezes você não estabelece um preço. Os custos de melão giram em torno de R$ 0,60. Os atravessadores estavam comprando de R$ 0,50. Isso não cobre os custos”, disse Torquato.

“Há muito tempo o produtor vem enfrentando uma grande dificuldade na hora da comercialização do produto justamente no preço praticado pelo atravessador. Muitas vezes não cobre os custos da produção. Essa parceria é fundamental para buscarmos alternativas para que a gente possa ter o produtor com o preço mais justo para sua mercadoria e oferecer uma fruta de melhor qualidade. Em alguns mercados a perda chega a ser de 100%. O produtor comercializa a R$ 0,60 e o atravessador vende a R$ 1,20 para o consumidor final. Se a gente tirar esses 100% do atravessador que ganha hoje e dividir entre o produtor e o consumidor final seria o ideal para todo mundo”, enfatiza Wellington, que trabalha com fruticultura irrigada.

Entre os encaminhamentos ao final do encontro estão: reunião com a Secretaria de Agricultura para as novas parcerias entre os dois órgãos; as atividades de agricultura e pecuária; procura de um local no município para a instalação de uma feira livre dos produtores e início do processo de formação de uma cooperativa.