quarta-feira - 30/11/2022

NUCA debate "Consciência Negra" em roda de conversa com Antônio Francisco

Por: Maricelio Almeida

Integrando as atividades do Plano de Ação Municipal pelos Direitos de Crianças e Adolescentes, representantes do Núcleo de Cidadania de Adolescentes (NUCA) do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) do bairro Quixabeirinha se reuniram nesta quarta-feira (30) para debater o tema “Consciência Negra”. A roda de conversa, realizada na sede do CRAS, contou com a presença do cordelista Antônio Francisco.

A atividade foi a culminância de uma programação intensa executada ao longo de todo o mês, debatendo a importância do combate ao preconceito e ao racismo, como destaca a orientadora social do CRAS e mobilizadora do NUCA, Camila Pinheiro. “Trabalhamos com oficinas ligadas à cultura afro, com instrumentos de batuque, capoeira, dança, falando sobre o líder escravista que foi Zumbi dos Palmares, sempre ressaltando esse poder da nossa cultura. Agora, para finalizar com chave de ouro, estamos trazendo Antônio Francisco”.

Convidado especial do encontro realizado no CRAS, Antônio Francisco destacou que o tema “Consciência Negra” deve ser debatido com frequência. “O povo precisa muito desses assuntos, desses saberes. Todo mundo tem que saber dessas coisas, todo mundo tem que combater, combater com arte também, porque arte é tudo, é vida. Você tem que ‘bater’ na pessoa com arte, ele nem sente”, afirmou, acrescentando ainda um trecho de um cordel de sua autoria:

“Todo ser humano tem um zumbi dentro do peito e um Domingo Jorge Velho batendo do mesmo jeito. Um respirando igualdade e o outro preconceito. Cabe a cada um de nós saber dos dois qual usar. O sábio abre seu peito, deixa o seu zumbi voar, pra se balançar na rede da liberdade e sonhar”, recitou o poeta.

Michelly Kaiane tem 15 anos e integra o NUCA Quixabeirinha. Ela ressalta o que aprendeu ao longo deste último mês. “Uma das atividades que a gente está trabalhando este mês é a consciência negra, que fala sobre os direitos de todos. Muitas pessoas praticam o racismo, pois elas acham que só porque a pessoa tem a pele um pouco mais escura não pode ter o mesmo direito que ela, só que isso está errado. É muito bom participar do NUCA. Eu recomendo”, disse.

O adolescente José Manoel, de 13 anos, apresentou durante a roda de conversa um desenho que produziu, em formato de história de quadrinhos. A mensagem traz situações de preconceito vivenciadas pela população negra. “Falo da situação de preconceito no dia a dia com o negro, como quando vai ele ao mercado e funcionários ficam olhando ele, pessoas se afastando no elevador, só que quando chega em casa, o cara só quer curtir a vida, com a filha dele”, resumiu Manoel. 

Renan Vinícius e Ruan Milton também participaram da programação no CRAS Quixabeirinha. Renan escreveu um cordel sobre o tema trabalhado durante o mês e o seu irmão, Ruan, recitou o texto para os presentes. A mensagem, em resumo, diz o seguinte: “Você já parou pra pensar e viu que o Brasil é um belo lugar? Sem nossas raças, comidas, nossos povos, nossas tradições e alegria, o Brasil seria uma terra de ódio e racismo todos os dias”.

Ruan Milton recitou texto escrito pelo irmão

O encontro desta quarta-feira integra as ações da Articulação do Selo Unicef em Mossoró. “As atividades fazem parte do Plano de Ação Municipal pelos Direitos de Crianças e Adolescentes, construído com a participação efetiva das próprias crianças e adolescentes durante o Fórum Comunitário realizado em janeiro deste ano. Esses momentos são importantíssimos, porque aproximam os jovens de profissionais que são referência em suas áreas de atuação, como Antônio Francisco e, mais recentemente, Tony Silva”, finalizou a ouvidora-geral do Município e articuladora do Selo Unicef, Janaína Holanda.

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