Até o início de fevereiro, a secretaria municipal de saúde de Mossoró em parceria com a organização da sociedade civil NHR Brasil, que integra a Federação Internacional de Associações de Combate à Hanseníase (ILEP), estará desenvolvendo ações práticas de busca ativa por casos de hanseníase no município. Serão 15 dias de trabalho para a identificação de possíveis novos casos da doença, marcando o retorno de uma ação de saúde pública importante , já que Mossoró é considerada área endêmica.

A iniciativa teve largada no começo desta semana, quando a coordenação do Programa Municipal de Combate à Hanseníase recomendou às equipes de agentes de saúde que elas realizem visitas domiciliares em suas respectivas áreas de abrangência nos bairros e comunidades rurais de Mossoró. A partir das visitas, os agentes poderão descobrir casos suspeitos e encaminhá-los até as Unidades Básicas de Saúde (UBS).

A ideia é que diante de uma suspeição, o caso passe primeiramente pela avaliação de médicos e enfermeiros da UBS, antes do encaminhamento para a consulta com o dermatologista. No chamado dia D, programado para o dia 5 de fevereiro, profissionais desta área vão estar voluntariamente de plantão no Centro Clínico Vingt-un Rosado, no bairro Bom Jardim, atendendo presencialmente os pacientes identificados pela busca ativa.

"Os pacientes vão ser atendidos em horários marcados especialmente para eles, pois queremos evitar qualquer tipo de aglomeração na unidade. Então, diante do agendamento prévio todos saberão o horário da sua consulta", disse Mércia Cristina, coordenadora do Programa Municipal de Combate à Hanseníase.

Janeiro é o mês internacional de combate à hanseníase e a Prefeitura de Mossoró tradicionalmente intensifica as ações nessa área durante o período. "Como tivemos no ano passado uma redução na identificação dos casos por causa do isolamento social e da pandemia, pretendemos retomar agora a campanha para propiciar o diagnóstico e o tratamento adequado aos pacientes", complementa Mércia Cristina.

Em Mossoró, Mércia afirma que 47 novos casos de hanseníase foram identificados em 2020 e passaram pelo PAM do Bom Jardim que funciona como unidade de referência. Em 2019 foram 61 casos no geral, sendo 51 novos diagnósticos.

"Cinco de fevereiro é, inclusive, o dia do dermatologista e estes profissionais vão atender presencialmente os casos já triados em Mossoró, isto é, os pacientes que já foram examinados em uma UBS e que precisam de acompanhamento especializado, uma vez que, a hanseníase tem tratamento e Mossoró é área que registra muitos casos no país", disse Maurício Lisboa Nobre, pesquisador colaborador do Instituto de Medicina Tropical da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que também compõe a NHR Brasil.

A NHR Brasil viabilizou a organização do encontro virtual de lançamento por meio de plataforma digital e apoiará a campanha produzindo material de divulgação para as unidades de saúde.