É impossível falar do Teatro Municipal Dix-huit Rosado e não lembrar do eterno diretor Chiquinho andando pelos corredores, observando nos bastidores para tentar garantir que cada evento, seja institucional ou artístico, fosse realizado com excelência. Ele, que sempre foi envolvido com cultura, recebeu certo dia o convite para ser servidor na Prefeitura de Mossoró, passando por diversas gestões. Sua permanência como servidor por tantos anos se deve a um trabalho competente, inspirado pela paixão que carrega no peito tudo que é cultural.

“Eu sinto orgulho, mas é um orgulho no bom sentido. Eu sempre fui muito independente. Em 1999 entrei no serviço público, logo após o primeiro ‘Auto da Liberdade’. Eu fui chamado na Fundação de Cultura, pelo então secretário Gonzaga Chimbinho, ele me informou que a partir daquele momento eu fazia parte da equipe da Fundação de Cultura e desde então eu estou aqui, só tive mesmo um curto período de 4 meses trabalhando na Câmara Municipal, fazendo ‘Câmara Cultural’, e logo após voltei para o Teatro e fiquei até fevereiro de 2025, quando assumi uma nova missão de zelar, cuidar e fazer a Escola de Artes acontecer. É o que estou tentando, estamos num caminho bom e muitas coisas irão acontecer no próximo ano”, declarou.

Além do grande profissionalismo que sempre exerceu na sua função de diretor do Teatro, Chiquinho sempre se preocupou em tratar bem todos que vinham ao seu encontro, oferecendo sempre uma atenção humanizada.

“Eu sempre digo para mim que preciso querer bem as pessoas, então a minha política dentro do serviço público é gostar das pessoas, não só atender bem, mas entender o que elas estão procurando. Eu trabalho muito a questão do abraço, do acarinhar quem chega, que às vezes é só o que a pessoa está precisando, aí se desarma e as coisas fluem”, ressaltou.

Mossoró é conhecida hoje como uma cidade rica em cultura, sempre buscando oportunizar e viabilizar os artistas locais. Após muitos anos de dedicação ao Teatro Dix-huit Rosado, Chiquinho recebeu a missão de dirigir a Escola de Artes de Mossoró. Um trabalho desafiador que ele abraçou e que agora tem em suas mãos a missão de aprimorar o equipamento responsável pela descoberta de tantos talentos mossoroenses.

“É prazeroso porque eu sou apaixonado por cultura, qualquer que seja ela. Claro que hoje eu estou me readaptando uma linguagem que não era do meu dia a dia. Linguagem mais rápida e tecnológica, mas estou correndo atrás, e a cada dia eu me apaixono mais pelo surgimento de uma nova arte, de um novo artista. Para eu trabalhar esses anos todos dentro da cultura foi enriquecimento, onde passei por vários gestores e secretários de Cultura e me dei bem com todos, porque o que eu quero fazer é o meu trabalho da melhor qualidade”, enfatizou.

Chiquinho é servidor público na Prefeitura de Mossoró há 30 anos. Sua vida se confunde com a própria história do Teatro Dix-huit Rosado, que abriu suas portas há 20 anos. Neste templo cultural, ele viveu grandes momentos ao lado de artistas locais e nacionais.

“No teatro muitas coisas marcaram, o primeiro foi a Mary Cagidally que foi a primeira bailarina brasileira a levar o balé para dentro da Amazônia, para dançar para uma comunidade indígena. Ela esteve duas vezes aqui no Teatro, para mim foi uma honra recebê-la. A segunda grande honra foi receber a cantora Elza Soares, em 2011, aqui eu digo que é minha eterna namorada. Eu tive o prazer de assistir ao show, ficar com ela no camarim, ela recebeu todo mundo segurando na minha mão e quando foi embora ela disse: 'tchau meu filho, até um dia', e eu vou ter esse dia com ela em algum lugar”, pontuou.

A Prefeitura sente orgulho de ter em seu quadro de servidores públicos pessoas como Chiquinho, que exerce um trabalho digno, com esmero e com muito carinho, respeitando a população mossoroense, a cultura e seus artistas, se tornando um protagonista da história da cidade.

“Para mim ser servidor da Prefeitura de Mossoró é a realização de vários sonhos, ter vivido esses sonhos através do meu trabalho é gratificante. Ainda faltam realizar vários, mas 60% estão realizados dentro desse universo”, concluiu.