segunda-feira - 22/03/2021

Mulheres se destacam na produção de orgânicos na zona rural de Mossoró

Por: DIRETI

Um grupo de 11 mulheres no Assentamento Favela, na zona rural de Mossoró, produz e cultiva a mais de uma década orgânicos em seus quintais. A variedade de frutas e hortaliças chama a atenção de quem visita os espaços. As agriculturas plantam acerola, banana, manga, caju, mamão, pinha, limão, cajarana, tamarindo e graviola.

Agora elas se preparam para transferir a produção para uma área maior também na localidade. Um espaço de 5 hectares está sendo preparado, com apoio da Secretaria Municipal de Agricultura, para que elas possam aumentar a produção, principalmente no cultivo da cajarana.

A agricultora Luana Clementina destaca que a área escolhida para o plantio fora dos quintais das participantes do grupo será benéfico para as integrantes da associação. Ela acredita que o espaço maior vai expandir a produção.

“A gente conseguir um espaço coletivo onde a gente possa estar expandindo a nossa produção. Já temos a nossa produção nos quintais, mas os espaços estavam limitados e nós tínhamos aqui no nosso assentamento uma terra que estava ociosa. A gente vem trabalhando ao longo de 13 anos nos quintais e agora a gente parte para uma área maior onde vamos explorar principalmente a cultura da cajarana”.

A agricultora Luana Clementino comemorou a expansão da produção na comunidade. Foto: Walmir Alves/PMM

Luana explica que o plantio da cajarana requer muito espaço e que o fruto é muito bem aceito e tem uma venda satisfatória. “A cajarana requer muito espaço. A oferta no mercado é muito grande o pessoal não enjoa do suco da cajarana, a gente vende o ano todo e por a gente ter ganhado esse espaço para estar processando a fruta nada mais justo do que a gente entenda que tem de aumentar a produção”.

A agricultora também ressalta a união das mulheres para que o grupo obtenha sucesso desejado. Segundo Luana, em grupo elas podem conseguir mais benefícios do que atuam de forma individual.

“A organização de base é muito importante onde consegue superar muitos gargalhos que a gente encontra no nosso caminho, como assistência técnica, que temos uma deficiência muito grande, e com esse grupo organizado consegue chegar ao objetivo”, concluiu.

O minhocário é o sistema de reciclagem do lixo orgânico caseiro. Foto: Walmir Alves/PMM

MINHOCÁRIO

O gerente executivo da Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Raniere Barbosa, explica o processo de decomposição de resíduos orgânicos que ajudam na produção dos produtos do grupo de mulheres do assentamento. Chamado de minhocário, ele é sistema de reciclagem do lixo orgânico caseiro, com minhocas transformando restos de alimento em adubo.

“Esse processo de produção de húmus de minhoca é a parte de um canteiro na qual se coloca resíduos orgânicos – exterco ou próprio composto”, disse destacando ainda que as minhocas californianas são as que melhor trabalham o processo de digestão de decomposição de resíduos transformando-os em húmus.

“É um adubo de excelente qualidade ao qual se pode utilizar na adubação da planta ou se pode utilizar na produção de mudas a partir do húmus de minhoca. As minhocas californianas são as que melhor trabalham esse processo de decompostagem”.

A agricultora Eliete Evaristo disse que a planta cresce muito bem mais rápido. Foto: Walmir Alves/PMM

O processo chamado de vermicompostagem rola dentro de caixas cheias de terra. Nelas, as minhocas digerem o material e geram húmus superfértil no lugar.

“A planta cresce muito bem mais rápido. Eu já testei fazer com o exterco puro só lavado e o teste com o uso de minhoca. Outro não tem saída fica amarelo e não tem crescimento, mas quando eu coloco o húmus de minhoca ele cresce rápido, fica muito bonita a planta e desenvolve bem”, disse a agricultura Eliete Evaristo que também tem um minhocário em seu quintal.

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