segunda-feira - 18/05/2020

Denúncias de abuso e exploração sexual podem estar sendo subnotificadas devido à pandemia do novo coronavírus

Por: Comunicação

Hoje, 18 de maio, é o Dia D da campanha Faça Bonito, de combate ao abuso e à exploração sexual contra crianças e adolescentes. Mas de acordo com dados do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), os números de denúncias este ano podem estar sendo subnotificados devido à pandemia do coronavírus.

Os dados do CREAS mostram que no ano de 2018, chegaram à instituição 53 casos, em 2019, 32. Até hoje, 18 de maio, o CREAS contabiliza seis casos registrados em 2020. “Nós consideramos este número baixo e com certeza atribuímos à questão da pandemia. Para que chegue até o CREAS, precisa antes ter sido denunciado via Conselho Tutelar ou via disque 100 e ter havido a visita de averiguação”, explicou a coordenadora do CREAS, Sheyla Pedrosa.

Quando o caso comprovado chega ao CREAS, cabe ao órgão fazer o acompanhamento da criança ou adolescente, e da família, caso haja necessidade de minimizar o impacto do abuso ou exploração ocorrida. O acompanhamento é feito por uma equipe multiprofissional, composta por psicólogo e assistente social, tanto na instituição, quanto com visitas domiciliares.

Devido às medidas de combate à pandemia, essas visitas de averiguação que comprovam os casos antes que eles cheguem ao CREAS, estão suspensas. “A gente entende que existe uma enorme subnotificação que nos deixa mais preocupados, principalmente por entendermos que na maioria das vezes, ou seja, em 70% dos casos de violação desses direitos, eles acontecem dentro da própria casa, e num contexto de isolamento social, essas crianças ou adolescentes estão convivendo mais diretamente com seu abusador”, continuou.

Outro fator preocupante, segundo ela, é que essas crianças e adolescentes se utilizavam dos seus espaços de socialização, como escolas e igrejas para denunciar o problema. “Elas agora estão restritas nos seus espaços de isolamento social, restritas na possibilidade de comunicar esse abuso e de se fazer perceber, além de estarem convivendo mais tempo com o abusador”, destacou Sheyla Pedrosa.

Este ano, o alerta da campanha teve que se reinventar. Nos anos anteriores, as orientações eram levadas às escolas, locais públicos como praças, com conversas e distribuição de panfletos. “Estamos tentando levar a mensagem através dos meios de comunicação, redes sociais. E hoje, em especial, estamos enfatizando o máximo que podemos, durante todo o dia”, disse a coordenadora do CREAS.

A campanha de alerta do 18 de maio segue até o final deste mês, lembrando que as denúncias podem ser feitas através do disque 100.

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