sexta-feira - 07/06/2024
Projeto científico de estudantes da zona rural de Mossoró será apresentado em Brasília e Santa Catarina
Inicialmente apresentado na própria escola, o projeto também vem se destacando nacionalmente, com a participação das estudantes já confirmada em feiras em Brasília e Santa Catarina.
Por: Maricelio Almeida
As alunas Jamile Kelly de Medeiros e Rebeca Iasmim Alves, da Escola Municipal Dr. José Gonçalves, localizada na comunidade rural São João da Várzea, comemoram, ao lado do professor Celielton Silva, o sucesso do projeto científico “Produção de Bioplástico a partir do Mandacaru (Cereus Jamacaru)”, vencedor da VI Feira de Ciências da Rede Municipal de Ensino de Mossoró (Fecirme).
Inicialmente apresentado na própria escola, alcançado repercussão municipal e regional, o projeto também vem se destacando nacionalmente, com a participação das estudantes já confirmada em feiras em Brasília e Santa Catarina.
Recentemente, o trabalho das jovens foi exposto, com apoio da Secretaria Municipal de Educação (SME), na Expo Nacional MILSET Brasil, realizada de forma presencial em Fortaleza (CE), no período de 27 a 31 de maio, no Hotel Oásis Atlântico.
O tema apresentado pelas alunas da Rede Municipal de Ensino de Mossoró chamou atenção dos avaliadores, o que garantiu uma credencial para participar da próxima edição da MILSET Brasil em Santa Catarina, em 2025. Antes, em setembro deste ano, as estudantes levarão, também com o apoio da SME, o projeto para a Mostra Nacional em Brasília.
"Nós tivemos a ideia de produzir o bioplástico, primeiro por ser um produto que vem ganhando destaque no cenário mundial, e como forma de reduzir a poluição causada pelo plástico convencional. A gente decidiu usar o mandacaru por ser uma planta típica da nossa região, de fácil cultivo e acesso. Deu certo", explicou Jamile Kelly, relatando como foi participar da Expo MILSET Brasil em Fortaleza:
"Foi uma experiência única, em que a gente conheceu novas pessoas, e os avaliadores nos mostraram como melhorar o nosso projeto. É totalmente gratificante ver como as pessoas olham para o nosso projeto e falam 'nossa, é muito interessante como vocês fizeram'. O sentimento é de muita alegria, muita emoção. Não imaginávamos que iríamos sair nem daqui da feira da escola", relatou.
Rebeca Iasmim Alves também celebra os feitos alcançados até aqui. "Em Fortaleza, foi uma experiência muito única, diferente, todos deveriam viver isso. A gente conhece novas culturas, aprende mais sobre como melhorar o nosso projeto. As expectativas daqui para frente é de que vai ser muito bom, a gente vai conseguir evoluir, chegar em um nível mais alto. E o apoio que a gente tem recebido é muito importante, do professor, da escola, da Secretaria", disse.
"Foi uma experiência incrível, porque vieram trabalhos de outros países, como Colômbia, Peru, Chile, México. As meninas tiveram um intercâmbio cultural muito bom. Elas perceberam como as pessoas trabalham em outros locais da América do Sul. Através da MILSET, a gente percebeu o que pode melhorar ainda mais no nosso trabalho. Voltamos com o sentimento de evolução", complementou o professor Celielton Silva, orientador do trabalho.
O projeto, classificado em primeiro lugar geral na VI Fecirme, foi, na sequência, credenciado para XIII Feira de Ciências do Semiárido Potiguar, participando também da etapa virtual da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace).
"Esse resultado mostra que os esforços que a Secretaria tem empreendido nos últimos anos em investir na metodologia científica, investir na popularização da ciência, é um caminho oportuno para promover uma aprendizagem significativa para os nossos alunos", comentou Alexandre Andrade, coordenador dos Anos Finais e Educação de Jovens e Adultos (EJA) da SME, além de coordenador geral da Fecirme, acrescentando:
"Temos conseguido também o fomento do CNPq para incentivar essa produção. Esse projeto foi ganhador de uma bolsa, concedida às alunas e ao professor, para o aprofundamento da pesquisa", finalizou o coordenador.