segunda-feira - 13/08/2018

Mossoró celebra aniversário do templo da expressão da sua cultura

Por: Comunicação

  Um palco construído para enaltecer a arte de uma cidade que respira cultura. Uma parceria entre a Prefeitura de Mossoró e a Petrobras, através da Lei Câmara Cascudo, num investimento de mais de R$ 6 milhões, que possibilitou a construção do templo da cultura mossoroense, o Teatro Municipal Dix-huit Rosado. Neste mês de agosto esta conquista comemora 14 anos, como muita festa. Tão sonhado pelos artistas locais, o Teatro foi construído em 2003 e entregue à cidade em agosto de 2004, tendo seu primeiro espetáculo apresentado dois dias depois. Desde então, nomes famosos memoráveis como Chico Anysio, Espanta, Bechior, Shaolin, Eva Wilma, Eliane Guiardini, Gal Gosta, Tom Cavalcante, Geraldo Azevedo, grandes orquestras sinfônicas, espetáculos nacionais, além de todas as expressões culturais da cidade, desde apresentações de escolas até grupos de dança e companhias de teatros e Mossoró e de todo país, entre muitos outros já passaram pelo seu palco. Esse templo da cultura hoje funciona com pauta lotada o ano inteiro, graças a uma equipe comprometida. “O Teatro funciona o ano inteiro. Temos espetáculos de fevereiro a dezembro. Este ano estamos comemoramos 14 anos e para isso, nada mais justo do que fazer isso com os artistas, as escolas, as companhias, o povo de Mossoró”, destacou Nelson Filho, diretor do Teatro. A prefeita Rosalba Ciarlini afirmou que o Teatro Municipal Dix-huit Rosado não é apenas um dos maiores e mais modernos palcos do país. É o templo da cultura mossoroense. “É uma obra que foi construída com uma simbologia expressiva: nasceu do entendimento do poder público em oportunizar a maior vocação da cidade- a cultura- em sintonia com os artistas locais que empreenderam uma grande luta pelo espaço”, afirmou. Rosalba, que acompanhou o sonho dos artistas e foi a principal responsável pela sua realização, se diz honrada em comemorar com o povo de Mossoró o aniversário do Teatro. “Cada vez que passo em frente ou entro no Teatro me sinto honrada em tê-lo como uma das maiores realizações como prefeita da minha cidade. Celebrar esses 14 com um movimento com a Jornada Cultural é mais uma prova de união entre a Prefeitura e a classe artística que abriu mão do cachê para fazer essa grandiosa festa. Viva o nosso teatro!   “A minha geração nunca imaginou uma casa de espetáculos deste porte” 1999 foi o ano em que os artistas de Mossoró receberam a notícia de que teriam sua própria casa de espetáculos, mas este não foi nem de longe o início da luta. Por trás dessa vitória há uma trajetória de artistas e movimentos culturais que marcaram esta busca. A cidade, desde sempre rica em representantes da arte, tem muita história para contar. Vindo de uma geração de artistas que marcou as décadas de 80 e 90 na cidade, Chico Window, atual diretor artístico do Teatro Dix-huit Rosado, lembra o espetáculo “Aurora da minha vida”, de 1989, com o grupo ‘Nocaute à primeira vista’, dirigido por Gustavo Rosado. “O Nocaute estreou no auditório da antiga Esam, logo depois dessa estreia, o ator Stênio Garcia esteve em Natal para uma oficina de atores. Não tínhamos como ir a Natal e aqui não tinha um local que comportasse essa oficina. Houve uma conversa com os proprietários do antigo Cine Caiçara, pedimos a permissão e ocupamos o espaço”, disse ele, mostrando fotos das suas lembranças. Segundo ele, Stênio Garcia deixou para eles a frase “Vamos transformar um cinema morto em um teatro vivo”. “Foi daí que a minha geração começou a luta por uma casa de espetáculos. Tínhamos o sonho de que o Caiçara se tornasse o nosso teatro. Era um sonho modesto, o movimento cultural daquela época nunca imaginou uma casa de espetáculos deste porte. A gente sonhava com o Caiçara. Todo mundo era muito jovem”, continuou. A partir disso foi criada a Cooperativa Caiçara de Artistas, Técnicos e Produtores de Mossoró LTDA. Com o fechamento do Caiçara em 1992, surgiu o Movimento Caiçara e em 1993 os artistas realizaram a Caminhada Sem Futuro, a partir do Fórum Cultural de Mossoró (FOCUM). “Saímos do Museu, passamos 24 horas percorrendo vários pontos da cidade, como uma luta por um teatro”, lembrou. A Caminhada Sem Futuro foi encerrada na Pedra Fundamental, colocada onde hoje está construída a Praça de Eventos. O Movimento Caiçara foi a semente plantada para que hoje os frutos fossem colhidos. Segundo ele, foi em 1999, com a estreia do primeiro Auto da Liberdade, vindo da ideia da ex-secretária de Cultura Isaura Amélia, que começou o sonho de um Corredor Cultural. “Por diversos motivos técnicos, o Caiçara não dava certo. Nos anos 90 foram várias discussões em torno da existência de um teatro. Chegou-se a conclusão de que se era para existir que fosse construído e não adaptado em outro espaço. A então prefeita Rosalba Ciarlini anunciou a construção e disse que os primeiros a porem os pés no palco seriam os artistas de Mossoró, e assim foi feito”, destacou. O Teatro Municipal Dix-huit Rosado abriu suas portas oficialmente em 04 de agosto de 2004. “Fui encaminhado para cá em julho de 2004 e não saí mais. Vejo aqui a vitória do meio artístico, mas para que isso acontecesse, tivemos alguém que acreditou, uma gestora que sempre viu além. Isso aqui é o coração dessa cidade, existe um diferencial, existe um pensar diferente. O Teatro fazer 14 anos e eu estar aqui, é uma maravilha isso”, concluiu. 10=08=2018=Chiquinho do Teatro (27)   Um templo de arquitetura imponente Sob a orientação do então Secretário de Obras do município, o engenheiro Yure Pinto, três arquitetos receberam a responsabilidade de projetar uma obra imponente, o templo da cultura de uma cidade que tinha o anseio de um espaço para mostrar sua arte e receber bem o que vinha de fora. Os arquitetos responsáveis pelo projeto foram Vera Cidley, Carlos Mendes e Eduardo Falcão. Este último, atual secretário de Cultura do município. “Fizemos uma série de pesquisas sobre tudo o que existia de teatro de grande porte no Brasil e no mundo. Tivemos inclusive de aprender a utilizar o computador. Mas o início do projeto ainda foi feito em prancheta, papel e régua T, primeiro sem tecnologia e em seguida adaptado ao computador”, lembrou Eduardo Falcão. A estrutura tinha características técnicas diferenciadas, principalmente no que se referia à acústica. “O teatro tinha que ter uma acústica excelente. O som do interior não podia sair e o de fora não podia entrar. Sobre a estrutura interna ouvimos inclusive os artistas da cidade, que foram consultados sobre os espaços de camarins, ensaios, bastidores. O Teatro foi construído com cálculos para uma cidade de em média 200 mil habitantes”, continuou o secretário. Eduardo Falcão destacou que hoje Mossoró comemora o marco referencial da cultura desde a sua inauguração. “Foi a partir do Teatro que a Avenida Rio Branco começou a se tornar Corredor Cultural. Foi um esforço grande da prefeita Rosalba Ciarlini”, acrescentou. O Teatro Municipal Dix-huit Rosado tem palco italiano, área construída de 2.570 metros quadrados, área coberta de 2.179 m², capacidade para 740 lugares (600 na plateia, 68 nos camarotes (1° andar), 64 nas galerias (2° andar) e 8 para pessoas com necessidade especial). 10-08-2018-Teatro Municipal Dix-Huit-Rosado - Luciano lellys (29)        
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