A prefeita Rosalba Ciarlini recebeu, na manhã de hoje, no Palácio da Resistência, colegas prefeitos para discutir a indústria salineira do Rio Grande do Norte e, na oportunidade, assegurou que vai lutar em defesa do sal marinho potiguar. Antes da reunião, a prefeita sancionou o Projeto de Lei que torna o sal marinho produzido em Mossoró e região de interesse social. A reunião contou com a participação da vice-prefeita Nayara Gadêlha; secretários municipais Layhre Rosado Neto (Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Agricultura e Turismo), Magali Delfino (Educação, Esporte e Lazer) e Aglair Abreu (Comunicação Social); deputado federal  Beto Rosado; deputada estadual Larissa Rosado; prefeitos Maurício Filho (Grossos), Túlio Lemos (Macau) e Iranilde Rebouças (Areia Branca); vereadores Alex Moacir, Sandra Rosado e Clorissa Linhares (Grossos), além de representantes do município de Porto do Mangue e da indústria salineira. O Projeto de Lei é uma iniciativa da vereadora Sandra Rosado e contou com aprovação unânime de todos os 21 parlamentares mossoroenses. A medida atende anseio da indústria salineira, que aguarda publicação de Projeto de Lei de igual teor pelo presidente da República, Michel Temer. Ao defender o Projeto de Lei, Sandra Rosado destacou a importância e o impacto que a produção de sal marinho tem na economia, saúde, emprego, renda e consumo de Mossoró, Rio Grande do Norte e, até mesmo, nacional. “A percepção do sal é de extrema relevância para o município de Mossoró. O sal ao longo dos anos trouxe muitos benefícios na realidade social desta região do Estado do Rio Grande Norte”, exaltou a vereadora. Rosalba Ciarlini lamentou que o projeto entregue ao Governo Federal ainda não tinha tido resposta. A prefeita disse que o primeiro passo é cobrar do governador Robinson Faria a sanção do Projeto de Lei de autoria de Larissa Rosado, já aprovado pela Assembleia Legislativa. A chefe do executivo mossoroense disse que todas as câmaras de vereadores dos municípios beneficiados com a indústria salineira devem apresentar projetos semelhantes. “Temos que estar motivados e unidos nessa luta, que é do RN e, de maneira especial, de Mossoró. Nós é que sabemos da importância dessa atividade”, ressaltou. Durante a reunião, o professor Dr Renato de Medeiros Rocha, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), fez uma apresentação em que defendeu que o recuo do paredão das salinas não vai representar a volta do ecossistema, conforme seria defendido pelos órgãos de proteção ambiental. “Não nasce mangue em área de puro sal. O nascimento de mangue se dá apenas nas bordas do estuário negativo, jamais termos vegetação densa de manguezal se recuarmos o paredão”, afirmou o professor do Laboratório de Ecologia do Semiárido da UFRN e que estuda o sal marinho potiguar há 40 anos. Dr Renato de Medeiros Rocha também apresentou inúmeras alternativas de produção para indústria salineira, que ainda não são exploradas no estado, como biocombustíveis, algas, betocaroteno e artêmia. “Existe um mercado aberto e não visto ainda em Mossoró”, observou o especialista. O 2º vice-presidente Sindicato das Indústrias da Extração de Sal do Estado do Rio Grande do Norte (Siesal), Herbert de Souza Vieira Júnior, informou que a sua empresa já desenvolve alguns projetos em relação à produção de betocaronteno, que se encontram na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Outro produto muito procurado é o sulfato de cálcio, que tem um mercado grande e ninguém quase produz. As salinas são a fortuna do Rio Grande do Norte”, exaltou o industrial.