Uma palestra virtual ocorrida na manhã desta sexta-feira, 18, para mulheres assistidas pelo Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) do bairro Barrocas trouxe para discussão a temática do relacionamento abusivo. A palestra foi pela plataforma Google Meet e teve boa participação das mulheres.

A psicóloga Ligia Sousa tratou do tema com as participantes e destacou que a sociedade não deve naturalizar os abusos. Lígia explica que não há uma regra para sair de um relacionamento abusivo, mas que alguns passos se tornam importantes.

"Primeiramente é não naturalizar a violência. ‘Porque é assim mesmo, isso é coisa de homem, ele gosta de mim. Isso é cuidado’, são muitas das frases que as mulheres escutam. O segundo passo seria pedir ajuda porque é muito difícil sair sozinho (de um relacionamento abusivo) e o terceiro passo é persistir porque dentro de ciclos de violência não é só a pancada, mas vem o buquê de flores, pedido de desculpas, 'nunca mais vou fazer isso'. 'Eu saio, mas eu recaio' fala muitas mulheres", mostra a psicóloga como não naturalizar a violência.  

Segundo ela, a violência, sobretudo contra a mulher, é um tema que atravessa todos acompanhamentos realizados pela equipe do CRAS Barrocas.

"A violência é um tema que atravessa todos os nossos acompanhamentos. Aqui no CRAS Barrocas nós acompanhamos mulheres do Santo Antônio, Barrocas e Santa Helena. A maioria é bastante vulnerável em aspectos econômicos e acaba arrastando outras mazelas sociais", disse a profissional.

"Existem vários tipos de violência. Mas tem outros tipos de violência. As opressões, os xingamentos, o fato de não permitir certas coisas, desde trabalhar, estudar até usar uma roupa, portar um cabelo, que são pequenas coisas que no dia-a-dia que parecem normais. Isso vai minando a autoestima da mulher. Com isso ela passa a se sentir feia, passa a se sentir incapaz, muitas vezes vai isolando essa mulher de amizades de trabalho, de estudo e de outras fontes de relação", completa.

O relacionamento abusivo define-se como uma relação que apresenta abusos de ordem física e/ou emocional. Ele se torna abusivo quando uma das pessoas utiliza o poder para manipular e controlar o parceiro (a).